domingo, 19 de setembro de 2010

Weinschützfamilienfest (continuação)

"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença e absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Ele nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando mantém relações com esses condicionamentos específicos. Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos, sem ouvidos e, assim mesmo, quisesse perceber com exatidão o mundo exterior. É como se estivesse mutilado". Carl Gustav Jung.

O texto acima, enviado pelo ‘primo’ Wilson, reflete bem o que penso sobre buscar nosso passado, nossas origens, nossa história. Envolve mais do que simplesmente saber quem é filho de quem, ou se fulana casou com beltrano.

Como bem disse Carl Gustav Jung, nós nascemos num determinado contexto, marcado por características sociais, políticas, religiosas, ideológicas, etc. E estudar nossa história é saber também como estas características influenciaram nos caminhos trilhados por nossos antepassados no decorrer dos tempos.

A pesquisa do ‘primo’ Wilson me leva até a cidade de Ingelheim, situada ao lado do Rio Reno, no estado de Rheinland-Pfalz, Deutschland. De lá até aqui, em Joinville, onde me encontro no momento, escrevendo este texto, foi uma longa jornada, de quilômetros e séculos, passando por grandes guerras, descobertas científicas, avanços tecnológicos, surgimento e desenvolvimento de nações e mudanças no modo de pensar e agir da humanidade.

Quais foram os percalços encontrados pelos Weinschütz no decorrer desta jornada? O que teria motivado, impelido ou mesmo forçado seus atos e decisões que, por conseqüência, me trouxeram até onde estou hoje. A busca por uma vida melhor, a fuga de um conflito, o espírito de aventura, talvez a necessidade, a perda de um patrimônio e a busca por um recomeço.

A história me é passada, e a tantos outros Weinschütz, como o bastão numa corrida de revezamento. Não somos o ponto final desta jornada e, talvez, nem tampouco o meio dela. Os valores que recebemos vêm acompanhados da responsabilidade de passá-los adiante, sejam como exemplos ou como lições a serem aprendidas.

As tristezas e as alegrias, a coragem e o medo, a perseverança e a desilusão, as derrotas e vitórias, as marcas e cicatrizes sofridas e deixadas pelos antigos podem ser trazidas à tona para nos inspirar, nos fortalecer e nos tornar melhores. Como uma luz, vinda de tempos pretéritos para ajudar a iluminar os passos futuros.

Conhecer o passado aflora o sentimento de ser parte de uma história, que tem uma origem e que deve ter continuidade. Não somos apenas pontos isolados em nossa breve passagem pela vida. Somos parte dessa jornada histórica. Uma jornada cuja bagagem pode - e deve – ser agregada às nossas vidas, mas também deverá ser acrescida de nossas experiências pessoais e repassada aos que virão, para que saibam que também fazem parte de uma história. E acima disso, para que saibam que fazem parte de uma família.

Um comentário:

Lisia Minelli disse...

vc escreve bem sabia? devia tentar algo diferente na vida.... ser jornalista, quem sabe? bjao